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Exportações de soja em grão "roubam" espaço de derivados


Quarta-feira, 4 de setembro de 2013 - 08h55

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) elevou em 1 milhão de toneladas sua projeção para as exportações de soja em grão do país neste ano. Conforme relatório divulgado na segunda-feira (2/9) pela entidade, os embarques deverão somar 40,5 milhões de toneladas no ano comercial 2013/14, que terminará em janeiro do ano que vem. Se confirmado, o volume será 27% superior ao do ciclo passado (31,9 milhões de toneladas) e representará um novo recorde.


Vai-se exportar mais matéria-prima, o Brasil vai industrializar menos soja do que o estimado anteriormente. Segundo a ABIOVE, o esmagamento tende a totalizar 35,9 milhões de toneladas do grão, 800 mil a menos que o previsto em julho. Isso significa uma queda de 0,9% em relação às 36,2 milhões de toneladas processadas no ciclo anterior. O volume processado é ainda o menor desde o ciclo 2010/11 (35,7 milhões de toneladas).


Com isso, a produção estimada de farelo no atual ano comercial foi reduzida de 27,9 milhões para 27,3 milhões de toneladas, enquanto a de óleo cai de 7,05 milhões para 6,9 milhões de toneladas - nos dois casos, queda de 1% em relação ao ciclo passado. As exportações estimadas de farelo foram reduzidas de 13,8 milhões para 13,2 milhões de toneladas e as de óleo, de 1,5 milhão para 1,35 milhão de toneladas - retrações de 4% e 19,5%, respectivamente, na mesma comparação.


Se confirmadas, as exportações de farelo serão as menores desde o ciclo 2009/10. Já as de óleo são as menores em pelo menos dez temporadas - em 2003/04, o Brasil exportou 2,4 milhões de toneladas do derivado. Segundo o secretário-geral da ABIOVE, Fabio Trigueirinho, o aumento das exportações de soja - em detrimento das de farelo e óleo - reflete a forte demanda da China pela matéria-prima, a menor oferta de soja nos Estados Unidos (principal concorrente do Brasil) e também a perda de competitividade nacional em relação à Argentina.


A receita prevista pela ABIOVE para as exportações do chamado complexo soja (grão, farelo e óleo) em 2013 continuou no mesmo patamar indicado pelas projeções de julho. Serão US$28,51 bilhões, 9,1% mais que em 2012 e também um novo recorde. Segundo a entidade, os embarques do grão deverão render US$21,06 bilhões, 20,7% mais que no ano passado, enquanto os de farelo chegarão a US$6,07 bilhões (queda de 7,9% em igual comparação) e os de óleo deverão ficar em US$1,38 bilhão (baixa de 33,5%).


Em agosto, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados ontem, as exportações de soja em grão do país renderam quase US$2,9 bilhões, um aumento de 104% em relação ao mesmo mês de 2012. O resultado refletiu o expressivo aumento do volume embarcado, que subiu 120% na comparação. Mas o preço médio caiu 8,2%, para US$538,4 por tonelada. E os embarques dos derivados registraram quedas. A receita do farelo recuou 10,4%, para US$619,4 milhões, enquanto a do óleo caiu 57%, para US$89,3 milhões.


Fonte: Valor Econômico. 3 de setembro de 2013.



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